domingo, 22 de agosto de 2010

Pobre não dá IBOPE


Elisa Samúdio e Mércia são a “bola da vez”, mas só porque são famosas, porque os crimes foram cometidos por famosos, ou por pessoas abastadas. O pobre não dá IBOPE, a não ser que ele cometa um crime contra um rico, e pior ainda se for um rico famoso, nesse caso já está condenado, sem direito a apelação.

Hoje há uma supervalorização do “drama da vez”, como se a população brasileira não quisesse ver outra coisa que não fosse notícia ruim na televisão. Ocorre que ansiamos por notícias boas, necessitamos de alento para a miséria, para nossos próprios problemas, mas, no lugar de nos contentarmos com as coisas boas que acontecem, embora não sejam noticiadas, sentimo-nos felizes com a desgraça alheia, como se a existência de problemas maiores, ou mais explorados amenizasse as nossa próprias dores. Até quando viveremos esse círculo? É necessário um rompimento com os nosso costumes atuais, é necessário que sejamos senhores de nosso próprios destinos e não aceitemos a imposição do meio televisivo. A lei não é cumprida. A constituição brasileira, “em seu artigo 221, e o artigo 3 da legislação da Radiodifusão Brasileira (Decreto n" 52.795/63, apud Duarte, J 990), estabelecem o caráter educacional da produção e programação desse serviço, assinalando que as finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas são prioritárias às finalidades de divertimento, propaganda e publicidade.” (PORTO) , além disso o máximo permitido pela lei, com relação à propaganda, é 25% do tempo disponível. Isso não ocorre, pois a propaganda invadiu o conteúdo dos programas, de forma velada ou notória, fora o tempo específico para ela. O entretenimento, a propaganda e a publicidade são prioridade na TV brasileira, rara é a programação que privilegia o que a lei determina.

Enquanto aceitarmos a palavra da TV como verdade absoluta, apenas o que responsáveis pelas emissoras serão aqueles que orientam a forma de pensarmos. Mudamos nossos hábitos, nossa cultura, em função da TV. Está na hora de mudarmos novamente nossos hábitos, para que possamos negar o que nos impõem, para que os famosos e ricos deixem de ter o primeiro lugar na audiência, para que a educação, a arte, as manifestações culturais possam ter lugar de destaque. Somente assim nossos problemas serão realmente sanados, com a educação de nós mesmos.
BIBLIOGRAFIA:
A TELEVISÃO NA ESCOLA... AFINAL, QUE PEDAGOGIA É ESTA?. Tania Maria Esperon PORTO. Cap. 3 disponível em

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Televisão e brasileiros – uma combinação que tem tudo a ver, ou talvez não.

O documentário Além do Cidadão Kane critica, basicamente, a hegemonia da Rede Globo de Televisão, demonstrando como suas novelas são usadas para prender a atenção do telespectador, quais os critérios adotados em sua programação e a manipulação da realidade pelos seus telejornais, notadamente um compacto do último debate entre os candidatos à presidência do Brasil em 1989, os candidatos “Collor” e “Lula”. Segundo o documentário o candidato Lula teria vencido o debate, mas no compacto exibido apenas 3 dias antes das eleições foram selecionados apenas os trechos que favoreciam o candidato Collor, que acabou vencendo as eleições. Também são ressaltadas as qualidades da propaganda brasileira, onde são exibidos produtos que a maioria da população não tem condições de comprar. Segundo entrevistas exibidas, o Brasil é um país de terceiro mundo mas com marketing de primeiro mundo, tendo, inclusive, diversas campanhas publicitárias premiadas.Esses são apenas alguns detalhes desses dois títulos que todos os brasileiros deveriam assistir. O filme O Quarto Poder pode ser encontrado em locadoras e o documentário, produzido pela BBC de Londres pode ser visto gratuitamente no seguinte endereço: http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038#. A Globo, por meio de Ação Judicial, proibiu a veiculação desse documentário em território brasileiro, ainda bem que esse arquivo não está hospedado no nosso país.